A História dos Quadrinhos
Quando pensamos em leitura clássica brasileira, já vem logo os seguintes escritores à nossa mente:
Machado de Assis
Paulo Coelho
José de Alencar
Aloísio de Azevedo
Mas porque não falar também de cartunistas? Afinal, gibis são leitura também e, geralmente, nós começamos a ler quando pequenos através dos gibis.
Particularmente, eu sou fã do Maurício de Souza, mas temos também o Ziraldo que faz ótimas histórias do nosso queridíssimo Menino Maluquinho.
E eu posso garantir uma coisa: se você não gosta de ler, comece a ler gibis pelo menos, que logo logo a paixão pela leitura irá crescer em você cada vez mais.
“Mas como assim leitura clássica brasileira e gibis? Não tem nada a ver uma coisa com a outra! Os gibis são recentes!”
Não tão recentes quanto vocês acham!
E outra, quem acha que quando a novidade dos HQs chegou ao Brasil, ele não foi adaptado a nossa cultura, está mais do que enganado!!!!!
A origem dos Quadrinhos (HQs)
A primeira história em quadrinhos (HQ) moderna foi criada pelo artista americano Richard Outcault em 1895. "A linguagem das HQs, com a adoção de um personagem fixo, ação fragmentada em quadros e balõezinhos de texto, surgiu nos jornais sensacionalistas de Nova York com o Yellow Kid (Menino Amarelo)", diz o historiador e jornalista Álvaro de Moya, autor do livro História da História em Quadrinhos. A tirinha de Outcault fez tanto sucesso que os grandes jornais nova-iorquinos entraram em pé de guerra para ter o Yellow Kid em suas páginas. Mas é claro que esse formato original para contar uma história não surgiu na cabeça de Outcault de uma hora para outra. Se a gente for buscar as primeiras raízes das HQs, podemos chegar às pinturas rupestres feitas pelos homens pré-históricos, que serviam para contar, por exemplo, como eram suas aventuras nas caçadas.
Os quadros das igrejas medievais que retratavam a via sacra - os últimos momentos da vida de Jesus na Terra - também podem ser considerados antepassados das tirinhas. A grande diferença é que esses ancestrais das HQs não tinham texto, os enredos eram desenvolvidos apenas com uma seqüência de desenhos. "As histórias em quadrinhos constituem um meio de comunicação de massa que agrega dois códigos distintos para transmitir uma mensagem: o lingüístico (texto) e o pictórico (imagem)", diz o pesquisador Waldomiro Vergueiro, coordenador do Núcleo de Pesquisa de História em Quadrinhos, da Universidade de São Paulo (USP). Foi só no século 19 que a coisa começou a mudar, com pioneiros como o suíço Rudolph Töpffer, o francês Georges Colomb e até o italiano Angelo Agostini, radicado no Brasil desde os 16 anos de idade.
Apesar de esses artistas terem criado trabalhos unindo texto e imagem anos antes de Yellow Kid, características importantes das HQs modernas, como o uso dos balõezinhos com as "falas", por exemplo, só surgiriam realmente nas tirinhas do personagem americano.
A chegada do Quadrinhos no Brasil
As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editoral dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses. Atualmente, o estilo comics dos super-heróis americanos é o predominante, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. No caso dos comics alguns já conquistaram fama internacional (como Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike Deodato que desenhou Thor, Mulher Maravilha e outros).
Os quadrinhos no Brasil possuem uma longa história, que remonta ao século XIX. Como charge, circulou o primeiro desenho em 1837, vendida em separado como uma litografia, de autoria de Manuel de Araújo Porto-alegre. Esse autor depois criaria uma revista de humor político em 1844.Angelo Agostini continuou a tradição de introduzir desenhos com temas de sátira política e social nas publicações jornalísticas e populares brasileiras. Entre seus personagens populares desenhados como protagonistas de histórias em quadrinhos propriamente ditas estavam o "Zé Caipora" e Nhô-Quin" (1869). Em 1905 surgiu a revista O Tico Tico, considerada a primeira revista de quadrinhos do Brasil, com trabalhos de artistas nacionais como J. Carlos, primeiro brasileiro a desenhar um personagem Disney (Mickey Mouse).
Hoje em dia, outro gênero de leituras que fazem muito sucesso são os Mangás, como já visto acima que, de uns tempos para cá vem ganhando cada vez mais a atenção do público jovem.
Os Mangás foram adotados pelo grupo Maurício de Souza Produções, mas ao invés de utilizar a tão característica leitura oriental (ler de trás para frente e em uma outra sequência de quadros), eles resolveram que seria mais interessante e mais fácil para as pessoas que não estão acostumadas com o mesmo modo de ler e colocaram a leitura ocidental (a que estamos acostumados, ler logo após abrir o livro e ir do primeiro quadro em diante), facilitando, assim, a vida de meros mortais que assim como eu, ainda não conseguem entender bem o modo de leitura oriental e se perde sempre!