Selva de Gafanhotos
Selva de Gafanhotos
“Comecei a pensar na possibilidade de a história na verdade ser a grande destruidora do livre-arbítrio. Afinal de contas, se o que nós acreditamos cegamente sobre a história for verdade — aquele velho clichê que nos ensina a não repetir várias vezes a mesma merda —, então por que as mesmas merdas sempre continuam a acontecer?”
Selva de Gafanhotos foi escrito por Andrew Smith e publicado aqui no Brasil pela editora Intrínseca em 2015, com 350 páginas traz a história de Austin, seu melhor amigo Robby acabam por acidentalmente libertar um exército de irrefreáveis louva-a-deus de um metro e oitenta e o fgim do mundo começa em Ealing, Iowa.
A história começa cronologicamente bem antes do fim do mundo, o que acaba sendo ruim para você que apenas comprou o livro esperando pelo apocalipse ser logo no início do livro, Admito que também pensei que seria desta forma e o livro arrasta o dito para o final.
Contudo o livro foca em outras coisas, uma delas é a relação dos dois amigos Austin e Robby e Shann a namorada de Austin. Os três são próximos, contudo Austin gosta de sair mais com Robby e mesmo gostando de Shann e sentindo atração por ela, ele também sente o mesmo por Robby e se sente muito confuso.
A visão de um adolescente confuso é muito bem representada nesse livro, Austin duvidoso sobre sua sexualidade, discussões são feitas durante o livro, e você percebe o caos na mente dele tentando entender a si próprio, além do problema que isso causa em sua relação com Shann. Toda essa parte foi muito bem escrita pelo autor, parecendo realmente a mente e alguém dessa idade.
Contudo o livro incomoda em um aspecto, o personagem principal não chega a realmente evoluir durante a história, você lê e ele não se resolve até o final, onde repentinamente ele consegue se resolver e contornar as situações causadas por ele mesmo, mas isso não é suficiente, durante mais de 330 páginas ele é o mesmo e não aprende quase nada, falta a evolução.
O humor do livro é constante, exceto por situações de extremo emocional, mas geralmente Austin mantém o humor até perto de soldados irrefreáveis no meio do fim do mundo. Não chega a ser enjoativo e nem atrapalhar a história e os personagens, esses que são bem definidos, cada um com sua clara personalidade, você começa a entender como Robby pensa, como Shann age, e como Austin se porta.
No geral o livro é divertido, vale a leitura e a edição é feita com muito carinho e cuidado, sendo linda, um livro bonito para se ter também, recheado de humor e problemas adolescentes que você pode se identificar e ainda um fim do mundo, quem se identifica com esses pontos pode gostar da leitura.