Estio

" As vezes na vida, quando se olha ao redor e tudo parece tão diferente dos livros e de suas histórias perfeitas, torna-se muito fácil conformar-se com uma vida morna, com o 'quase feliz' "

foto autoral

O livro "Estio" é um conjunto intenso de tanta emoções que fica até difícil de falar apenas um pouco sobre.

Sempre (e, com isso, lê-se vários meses) tive muita vontade de ler o livro e, recentemente, fui convidada a participar da leitura coletiva e vi ali a oportunidade perfeita para finalmente tirá-lo da minha TBR anual.

Ele nos transporta para o final do século XIX e, para a minha agradável surpresa, se passa no Brasil. Com um começo muito rápido, o livro chega a assustar, pois você pensa que tudo vai se resolver logo no início e, do nada, vê que estava COMPLETAMENTE enganado.

Aqui acompanharemos a trajetória da bela e jovem Triana até conhecer o bruto e mesmo assim encantador Antônio.

Triana é a mais nova de três irmãos e desde cedo "aprendeu" que bom mesmo é o filho homem, filha mulher só sabe dar despesas. Durante anos, sofre abuso psicológico e apanha muito de seu pai, apenas por existir. Com uma autoestima quase nula e a confiança inexistente, Triana sempre se retrai e aceita tudo o que lhe é imposto sem dar um pio.

Do outro lado dessa história, temos Antônio. Um homem íntegro, de bom caráter e um coração que mal cabe dentro dele. Por sempre ser correto, desde cedo decidiu que, se alguém fosse trabalhar na fazenda de sua família teria de ser tudo do jeito certo e recebendo corretamente em troca de todos os serviços prestados (vale ressaltar que esse livro se passa no final do século XIX, onde a escravidão ainda era presente aqui no Brasil), mas sempre foi motivo de olhares enviesados por isso. O que dificultou a procura para uma noiva em sua cidade, indo assim, atrás da garota no sul do país.

Depois de ter seu coração dilacerado, Triana não consegue mais sentir vontade de mais nada além de apenas ficar lá existindo e se culpando por ter sido deixada.

Uma proposta.

Uma nova chance.

Um novo começo para ambos.

Duas almas machucadas conseguem ter a cura necessária uma para a outra?