O Labirinto do Fauno
“Dizem que há muito, muito tempo, uma princesa vivia no Reino Subterrâneo, onde não havia dor nem mentiras, e sonhava com o mundo dos humanos. A princesa Moanna sonhava com o céu azul perfeito e um mar de nuvens infinito; sonhava com o sol, a grama e o gosto da chuva... Um dia, a princesa fugiu dos guardas e chegou ao nosso mundo. O sol logo apagou todas as suas lembranças, e ela esqueceu sua identidade e seu lugar de origem. Vagou pela terra com frio, dor, doente. Até que, enfim, morreu. Seu pai, o rei, nunca desistiu de procurá-la. Sabia que o espirito de Moanna era imortal e esperava algum dia encontrar a filha. Em outro corpo, em outro momento talvez em outro lugar. Ele esperou. Esperou até seu último suspiro. Até o fim dos tempos.”
Assim começa o conto de fadas mais macabro e emocionante que já li.
A história principal, que se passa no ano de 1944, tem como sua protagonista Ofélia, uma garota corajosa e sonhadora que acaba de sentir a dor de perder o pai. Com sua mãe, gravida do novo marido, se muda para o campo, em um moinho perto de uma floresta a pedido de Vidal, o homem impiedoso com quem a mãe recentemente se casou.
Ao chegar em sua nova “casa”, Ofélia resolve se aventurar perto a floresta onde encontra um arco com um rosto com os olhos e boca bem abertos. A entrada de um belo labirinto com muros de pedra. Pensa em entrar mas Mercedes, a governanta da casa, resolve leva-la novamente para dentro. Quando a noite chega e a mãe da menina adormece, Ofélia recebe uma visita inesperada. Perto dela pousa o que ela jurava que fosse a fada que tinha visto no caminho, quando o carro parou para sua mãe descer, já que não estava muito bem. Ao perguntar e mostrar a foto de uma fada, a pequena criatura se transforma gostando da aparência que a menina deu a ela e a chama para o grande labirinto, onde Ofélia conhece o Fauno que alega que ela é a princesa perdida, Moanna.
Estamos muito acostumados com livros que viram filmes mas quando resolvi ler esse livro e descobri que era exatamente o contrário fiquei impressionada. Guillermo del Toro pediu para Cornelia Funke traduzir em palavras uma as obras mais incríveis do diretor e roteirista de vários filmes incríveis como o já citado Labirinto do Fauno, A Forma da Água e Hellboy. O resultado foi esse perfeito livro. É incrível como Cornelia consegue fazer com que sentimos empatia pela protagonista e faz nos colocar no lugar a criança. O livro, a obra de del Toro apresenta muito bem os horrores do pós guerra civil espanhola e o Fascismo (aula de história mesmo em um conto de fadas), o que deixa a obra cada vez mais realista mesmo com os toques de magia, já que o Fauno aparece como uma forma de esperança muito bonita.
O livro intercala algumas histórias (o que fez ser bem difícil começar a resenha kkk) onde podemos ter contato com os eventos que ocorreram no mundo subterrâneo e em volta do moinho, como a história do relojoeiro, da bruxa Roccio e da própria princesa. Isso faz com que a história não perca a emoção nunca, é com toda certeza um livro para saborear cada palavra torcendo sempre para a vitória dos personagens mais fortes de coração. Não posso deixar de citar as ilustrações que fazem jus ao filme ao começo de cada novo grande acontecimento. A beleza nos detalhes é incrível e maravilhosa. A beleza também capa cumpre todo o conteúdo do livro. Nunca julgue um livro pela capa, mas o Labirinto do Fauno é estonteante desde a capa até o conteúdo.
Resumindo, tanto o livro como o filme são totalmente indicados, principalmente pelo desenvolvimento de todos os personagens e os detalhes que são muitos.
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