O Colecionador
Todos nós colecionamos algo, fotos, livros, paixões. Mas Frederick Clegg, colecionador
assíduo de borboletas, decide após anos de observação e desejo, colecionar o que seria
para ele, seu objeto de maior valor, Miranda Grey.
Após jogar na loteria da cidade e ganhar o prêmio que o torna rico, Clegg deixa parte do
dinheiro com sua tia e prima, seus únicos parentes e se muda. Ele compra uma casa
isolada, fora da cidade e prepara tudo para receber seu maior objeto. Assim que consegue
raptar Miranda, ele a mantém em cárcere privado. Tudo o que ele queria com esse plano
era que sua amada prisioneira o amasse de volta e quisesse construir uma vida com ele.
Mas com seus desejos egoístas e sua loucura, o protagonista priva sua amada de viver
seus sonhos e ser livre, ele faz a vida dela parar só pra que ele pudesse observá-la, como
se fosse só mais uma de suas borboletas inanimadas.
Ao longo da obra temos acesso a visão dos dois personagens centrais, enquanto ele conta
sobre sua obsessão, Miranda relembra acontecimentos de sua vida, da faculdade de arte e
quadros que pintou e que gostaria de pintar, ela também reforça o tempo todo o quanto
quer continuar viva. Para ela é muito importante sair viva e não pagar na mesma moeda,
então ela faz o possível para não magoá-lo. Eu fico impressionada com suas atitudes, ela
está sendo mantida refém e ainda assim não pretende machucar seu agressor. Ela não
quer ser como ele.
Consegue imaginar perder seus amigos, família, hobbies, viver trancada em um lugar onde
ninguém sabe da sua existência, perder a noção de dias e horas. Durante toda a minha
leitura senti aquele aperto no peito e eu só queria saber o final. Nunca tinha refletido em
quanto manter nosso direito à Liberdade é tão importante. Espero que uma das falas da
Miranda o instigue a conhecer o seu mundo.
“ Não devo manter um diário quando sair daqui. Não é saudável. Ele mantém minha
sanidade aqui embaixo, me dá alguém com quem conversar. Mas é vazio. Você escreve o
que gostaria de ouvir.”
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